Fotos: Juana Carvalho/Secult-PE.
O palco recebeu um mistro de referências às tradições das raízes pernambucanas, passando pela Bahia e Rio de Janeiro nesse sábado (30/08)
O desabrochar da noite em Arcoverde, boca do Sertão pernambucano, nesse sábado (30/08), foi um mergulho nas raízes nordestinas fincadas em tradições e no imaginário coletivo da cultura popular. A Mestra Severina Lopes, que é uma das homenageadas do Festival Pernambuco Meu País 2025, foi quem abriu alas ao lado do Samba de Coco Irmãs Lopes para uma programação que adentrou pela madrugada no Pátio da Estação da Cultura do município. Em seguida, apresentações do grupo pernambucano Mestre Ambrósio e do sambista recifense Taiguara Borges, além de Mart'ália e Seu Jorge, ambos cariocas da gema, consolidaram o palco Pernambuco Meu País como um importante difusor da arte, seja para fazer ecoar a voz de artistas da nova geração como também para oportunizar ao público assistir grandes atrações já consagradas na cena musical local e nacional.
A "Terra Coco", como é conhecida Arcoverde, hoje só tem esse reconhecimento porque em 1916 os pais da Mestra Severina Lopes trouxeram o coco de roda para o município, tradição vinda de um quilombo da cidade de Correntes. Pode-se dizer que a "Família Lopes" é responsável por Arcoverde ser o que é hoje, transmitindo os saberes e costumes que coexistem com o coco de geração para geração. Há 25 anos, a Mestra Severina Lopes fundou o grupo Samba de Coco das Irmãs Lopes e, no palco Pernambuco Meu País, junto com as dançarinas, cantoras e músicos se emocionou, dançou, cantou e mostrou de que é feito o coco de roda ao público. "Agradeço a Deus primeiramente e, em seguida, a todas as pessoas que me admiram e reconhecem o trabalho do Coco das Irmãs Lopes, fundado aqui em Arcoverde e que tanto nos alegra", expressou.
Em seguida, a cultura popular, agora da Mata Norte, continuou sendo enaltecida no Palco Pernambuco Meu País. Mestre Ambrósio, um dos grupos que fizeram surgir o movimento manguebeat, subiu ao palco com toda a magia que envolve os brinquedos e folguedos pernambucanos. Com mais de 30 anos de história, o grupo levou ao palco as toadas do cavalo marinho enlaçadas ao forró de estilo próprio, com muita performance teatral, dança popular e ritmos regionais. No repertório, "José", "Três vendas", "Caninana", "Pé de calçada" e muito mais. O público se entregou e seguiu viagem com a banda até os últimos segundos de apresentação.
Partindo para o samba no pé, o cantor Taiguara Borges celebrou estar participando do Festival Pernambuco Meu País ofertando ao público o melhor do pagode pernambucano, além de se abrir a passear por faixas da Nação Zumbi e de Alceu Valença em pegada de samba, e também por clássicos do frevo de rua. "Um festival que está dando oportunidade para a gente mostrar o nosso trabalho e a nossa arte", ressaltou o sambista.
A partir daí, o público que já estava aquecido foi enfeitiçado pela energia da carioca Mart'nália. Com astral lá em cima, interagindo com os músicos e com o público na mesma proporção, a cantora apresentou o seu mais novo projeto "O Pagode da Mart'nália", ou seja, somente as pérolas do pagode dos anos 90. O público se esbaldou de dançar com músicas como "Coração Radiante" do Grupo Revelação, "Derê" de Soweto, "Que se chama amor" de Só pra Contrariar, "Clínica geral", "Samba diferente" e "Dança da Vassoura" de Molejo, "Eu e ela" do Grupo Raça e "Recado à minha amada" de Katinguelê. Em seguida, Mart'nália fez uma homenagem ao pai Martinho da Vila cantando "Mulheres", "Quem é do mar não enjoa", "Canta, canta, minha gente" e "Devagar devagarinho". Passeando também por composições de Jorge Aragão com "Tendência", de Art Popular com "Sem abuso", de Raça Negra com "Cheia de manias" e de Fábio Júnior e Só Pra Contrariar com "Essa tal liberdade". A diva carioca deixou para os momentos finais do show "Cabide", incendiando o público. Também cantou Vinicius de Moraes e Baden Powell com a música "Pra que chorar" e Arlindo Cruz com "Seja o que Deus quiser". "Fiz esse projeto cantando pagode quando um parceiro meu sonhou comigo cantando assim 'Lua vai iluminar os pensamentos dela...", revelou a cantora.
Encerrando a noite com muita elegância e carisma, o também carioca Seu Jorge levou ao palco seu mais recente álbum "Baile à la Baiana", com a proposta de arranjos do funk, soul e samba. As faixas traçam um diálogo entre as raízes dos ritmos do Rio de Janeiro com as tradições musicais da Bahia. Durante a apresentação, Seu Jorge convidou o artista baiano Magary Lord, cantor, compositor, percussionista e criador do gênero black semba. Ambos cantaram algumas canções dançantes evocando essas referências, a exemplo de "Shock", que faz parte do novo álbum de Seu Jorge. A noite foi abrilhantada com as faixas "Sábado à noite", "Batuque", "Gente boa se atrai", todas do "Baile", seguidas pelas mais antigas "Quem não quer sou eu", "Carolina" e "Pessoal particular" em um momento jazz. Também no repertório, "Na rua, na chuva, na fazenda" de Kid Abelha ganhou uma versão no estilo rock'n'roll. O cantor fechou a noite com as clássicas "Amiga da minha mulher", "Alma de guerreiro", "É isso aí" de Ana Carolina, "Tive razão", "Sossego" de Tim Maia, "Felicidade", "Burguesinha" e "Mais que nada". Um show que destaca a aparição solo de cada instrumento, do sopro ao metal, do baixo ao pandeiro. Além da voz aveludada e marcante de Seu Jorge, presença fina em Arcoverde.
Sobre o Festival Pernambuco Meu País
O Festival Pernambuco Meu País é uma iniciativa do Governo do Estado de Pernambuco, promovida por meio da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e da Empetur, em parceria com os municípios-sedes participantes. O evento tem como propósito valorizar e difundir a diversidade cultural pernambucana, fortalecendo a economia criativa, estimulando o turismo e promovendo o acesso democrático à arte em suas múltiplas linguagens.
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