segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Música pernambucana é reverenciada na última noite do Pernambuco Meu País em Arcoverde












Lia de Itamaracá, Clayton Barros e Jorge Du Peixe demonstraram toda a potência e a pluralidade da música produzida no Estado. Além disso, a banda Capital Inicial animou uma plateia ensandecida na Praça da Bandeira


A música de Pernambuco foi a protagonista absoluta do último dia (25) do Palco Pernambuco Meu País em Arcoverde. Lia de Itamaracá, Clayton Barros e Jorge Du Peixe demonstraram toda a potência e a pluralidade da música produzida no Estado. Além disso, a banda Capital Inicial animou uma plateia ensandecida na Praça da Bandeira.


Quem abriu a noite foi a sereia de Itamaracá Lia de Itamaracá com sua ciranda sem fim, boleros e cocos. A rainha da ciranda desfilou uma série de hits do seu trabalho autoral, entre clássicos absolutos e músicas do seu mais recente álbum.


Plenamente estabelecida no mais alto degrau do panteão da música pernambucana, Lia está mais confortável do que nunca no palco e mantém o mesmo brilho no olhar do começo da sua carreira. Ao mesmo tempo parece estar se divertindo como nunca antes do alto de seus 80 anos.


No palco, ela fez piada com uma vizinha imaginária numa música, saudou as vacinas brasileiras e brincou com o público.


Com uma banda azeitada e digna da maior referência da ciranda de Pernambuco, Lia colocou todo o mundo numa roda em celebração a dança que a consagrou. Patrimônio Vivo de Pernambuco, Lia de Itamaracá abriu a noite do palco Pernambuco Meu País no mais elevado nível que se poderia ter e deu um indício de como seria essa mágica noite em Arcoverde.


Em seguida, um filho da terra, o cantor e compositor Clayton Barros apresentou seu novo show, “Primitivo Atemporal”, pela primeira vez em sua cidade natal.


O músico que é um dos líderes do Cordel do Fogo Encantado se apresentou com uma banda formada por Felipe Weinberg (bateria), Nego Henrique (percussões), Jadson Bactéria (contrabaixo) e Thiago Rad (guitarra). O repertório incluiu doze composições autorais, incluindo Faroeste, Barco Sem Rumo, Flor de Vulcão e a faixa-título Primitivo Atemporal, além de Boi Luzeiro e Chover, que foram lançadas pelo Cordel do Fogo Encantado, com coautoria de Barros e Lirinha.


Em declaração no palco, o artista explicou o conceito de seu trabalho: “O show retrata o personagem Sertão em processo de evolução, um Sertão promissor que se conecta com os costumes primitivos e as tecnologias contemporâneas, funcionando como um portal eletromagnético em sintonia com as energias do cosmos”.


Pela primeira vez em Arcoverde com seu Baião Granfino, o cantor Jorge Du Peixe mostrou porque o álbum foi considerado um dos melhores dos últimos anos. Com releituras modernas e muito próprias do repertório de Luiz Gonzaga, rei do baião, Jorge provou ser um profundo conhecedor de música, em especial da produzida no Nordeste.


De presença magnética, mas bem discreta quase tímida, no palco o cantor se agiganta ao seu modo e também abre espaço para os integrantes da banda que o acompanha brilharem. Em um ritmo e linguagem totalmente diferentes da Nação Zumbi, Du Peixe consegue manter o mesmo nível de qualidade em sua carreira solo, que parece primar pela experimentação e reverência aos verdadeiros construtores da música nordestina.


Também foi a estreia da banda Capital Inicial em Arcoverde e o público local parecia que desejava esse show a muito tempo. Banda já com muitos anos de carreira, a Capital Inicial mostrou porque alcançou esse status na praça da bandeira de Arcoverde.


Foi um desfile de sucessos um atrás do outro sem pausa ou tempo pra respirar.

Dinho Ouro Preto segue em plena forma e cada vez mais solto do que nunca no palco, interagiu, cantou e danço com um público lotado que veio abaixo cada vez que um novo hit era cantado. Para certas bandas do rock nacional, o tempo é um forte aliado.

Fotos: Juana Carvalho.

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