Helton e Vertin (Foto: João Guilherme de Paula/Divulgação)
Irmãos e multiartistas, Helton & Vertin transformaram angústias no primeiro single do álbum de estreia da dupla pernambucana. A faixa Resista foi lançada nesta sexta-feira (18), abrindo o projeto autoral Artista. Acompanhada por um clipe, a música inaugural foi composta nos momentos iniciais da pandemia. "Em meio à falibilidade do ser humano e à instabilidade da sobrevivência material da prole, surgiu um mantra da resistência do trabalhador, do autônomo e do artista neste mundo", destaca Vertin. "A faixa expõe um ego com medo da morte ao passo que o incita a encarar o medo", completa Helton.
Natural de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, Helton tem 39 anos. Vertin, 30, em Juazeiro (BA) e radicou-se também em Arcoverde. Há quase uma década, Vertin participou do primeiro trabalho da carreira do irmão, Helton Moura e o Cambaio. Agora eles se juntaram para produzir um álbum com conceito de música cosmopolita em suas 11 faixas, finalizadas em junho deste ano.
"Esse projeto tem um compromisso histórico com a música brasileira, pois não se nega à verve da canção da MPB. O caráter cosmopolita compete à sonoridade do álbum diversa e a poesia existencial, é marcado pela canção brasileira e contém “influência de tudo do mundo que nós dois vivenciamos até aqui", define Vertin.
Em relação às influências rítmicas, Artista traz diversas sonoridades. A formação sonora está próxima das bandas de rock, mas com inserções de variados elementos. A dupla faz jus ao lugar deles, que é o Sertão pernambucano, com sotaques e projeções das vozes e letras, tratadas sempre como poesia.
"O álbum é composto por rocks, baladas, frevo, ijexá medieval, axé, toré, música erudita/clássica", ressalta Helton. "A base rítmica das músicas varia e os elementos utilizados estão associados à música pop”, acrescenta Vertin. A gravação do trabalho foi realizada de maneira independente, no home studio da dupla, em Buíque, Agreste de Pernambuco, passando também por Recife, Aldeia dos Camarás, Vale do Catimbau e São Paulo.
Durante o clipe, uma partida de futebol é mostrada como analogia ao jogo da vida e ao momento do mundo, principalmente do Brasil. A "uberização" do trabalho, o monopólio dos meios de produção, a guerra de informação, a negação do conhecimento científico são reflexões presentes no trabalho da dupla.
Assista ao clipe:
Por: Viver/Diario
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