Com 74 anos, mestre dedicou mais de 60 deles ao samba de coco. Irmão de Assis, Lula Calixto fundou o grupo Samba de Coco Raízes de Arcoverde, em 1992.
Fonte: Diogo Franco, TV Asa Branca
Mestre Assis Calixto se torna patrimônio vivo de Pernambuco
Assis Calixto foi eleito na quarta-feira (10) como novo patrimônio vivo de Pernambuco. Além dele, outros cinco personagens foram escolhidos pelo Conselho Estadual de Preservação Cultural. Natural de Sertânia, no Sertão de Pernambuco, o mestre tem 74 anos e dedicou mais de 60 deles a cultura popular.
Ele é um dos responsáveis por fazer de Arcoverde, também no Sertão, a "Capital do Samba de Coco". O mestre lembra que teve o primeiro contato com o coco quando tinha apenas seis anos. Ele dedicou a honraria ao irmão Lula Calixto, morto há 20 anos. Lula fundou o grupo Samba de Coco Raízes de Arcoverde, em 1992, e Assis deu continuidade ao legado.
"Tudo que eu faço foi inspirado por ele. Acho que até as músicas que eu faço mesmo, é tudo ele que traz essa inspiração'', afirmou Assis.
Mestre Assis Calixto em apresentação do Coco Raízes de Arcoverde — Foto: Roberta Guimarães/Secult-PE/Divulgação
Já a frente do grupo, levou a embolada do Sertão, influenciada pela cultura indígena e negra, para todas as regiões do Brasil e mais cinco países. No período junino, milhares de pessoas visitam Arcoverde para assistir o espetáculo do Coco Raízes no Alto do Cruzeiro.
Mestre Assis Calixto diz que se entrega ao samba de coco para manter viva a história de um povo. "Era a dança dos escravos quando saia do trabalho e a noite ia se divertir, fazia o coco, eles faziam a capoeira e todas essas coisas que tem a cultura do nosso Brasil é através dos escravos, só que o coco não se sabia o que era, estava dançando e se divertindo mas não tinha um nome, porque foi muita pesquisa para chegar o nome do coco", finaliza.
Sobre os novos patrimônios vivos
Após essa eleição, o estado conta com 63 patrimônios vivos. A diplomação dos vencedores acontece em 16 de agosto de 2019, no Teatro de Santa Isabel, no Centro do Recife. Eles passam a receber uma bolsa vitalícia de R$ 1,6 mil, no caso de pessoa física, e R$ 3,2 mil, no caso de grupos e pessoas jurídicas.
Segundo a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o objetivo do prêmio é “reconhecer, estimular e proteger iniciativas que contribuem para o desenvolvimento sociocultural e profissional dos mestres e das mestras e grupos de notório saber”.
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