© Reprodução/Facebook Heley Abreu arriscou a vida para salvar seus alunos.
Uma heroína. É assim que a professora da creche Gente Inocente Heley Abreu está sendo aclamada pelas ruas de Janaúba, cidade no norte de Minas Gerais onde ao menos 7 crianças foram assassinadas pelo vigia Damião Soares dos Santos.
A docente de 43 anos morreu na noite desta quinta-feira (5). Ela teve 90% do corpo queimado ao tentar salvar seus alunos do incêndio provocado por Damião. Ela também teria tentado lutar contra ele para impedir que o ataque fizesse mais vítimas.
O jornal O Tempo conseguiu entrevistar a mãe de Heley, Valda Terezinha de Abreu. "Minha menina salvou tanto anjo, não é possível que os anjos não vêm salvar ela", disse, antes da confirmação da morte da filha.
Heley sofreu a maior parte das queimaduras enquanto tentava retirar as crianças pela janela da creche. O vigilante havia fechado a porta, impedindo que os pequenos saíssem do local.
Apesar do corpo tomado pelo fogo, ela reunia forças para carregar as crianças para o lado de fora ao mesmo tempo em que tentava debelar as chamas que a atingiam.
O atentado
Além da professora, morreram 7 crianças de quatro anos e o próprio vigia.
Funcionário da prefeitura, Damião estava afastado do trabalho desde o mês passado. Ele teria ido à creche entregar o atestado médico.
Disse que iria distribuir picolés para os pequenos e se dirigiu à sala de aula, onde jogou gasolina nele próprio. Depois começou a abraçar as crianças e usou um isqueiro.
De acordo com o delegado regional de Janaúba, Bruna Barbosa, Damião tinha mania de perseguição, achava que seria envenenado e pode ter sofrido um surto psicótico antes do ataque às crianças.
Entretanto, a investigação mostra que a princípio o crime foi premeditado.
Mais de 20 pessoas continuam internadas em Janaúba, Montes Claros, cidade a 135 km do local do atentado, e Belo Horizonte. A maioria, crianças.
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