Milhares de dessalinizadores estão quebrados por falta de manutenção.
Equipamentos ajudam a garantir o uso da água do subsolo.
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É como um oásis em pleno sertão de Pernambuco, com água à vontade e a multiplicação dos peixes em uma região castigada pela seca. O cenário de contrastes fica em Ibimirim, onde 60 famílias atravessam o período de estiagem com fartura.
A mudança veio com a tecnologia. A água que não cai do céu foi retirada do subsolo, mas, na maioria dos poços, é salobra, salgada. É o momento em que entra em cena o dessalinizador, que transforma o líquido amargo em água potável.
Metade da água tratada é excelente para o consumo. A outra metade fica mais salgada e é usada para criar tilápias, um peixe resistente que gosta de sal.
O problema é que a tecnologia que poderia ajudar a matar a sede da população está virando sucata em muitos sítios por todo o Nordeste. Um dos dessalinizadores que fica em Arcoverde, no sertão de Pernambuco, está sem funcionar há sete anos. Nos bons tempos, ele garantia 4.500 litros de água potável por hora, que abasteciam quatro comunidades e mais de 40 famílias.
Cerca de dois mil dessalinizadores foram instalados no Nordeste por projetos diferentes ao longo dos anos. Mais da metade deles está quebrado. Em Pernambuco, de um total de 350 máquinas, 73 funcionam. O desafio é fazer a manutenção.
“Historicamente, não havia responsáveis pela manutenção dos dessalinizadores. O programa conta agora com R$ 160 milhões para implantar essa metodologia em 1.200 comunidades. Vamos recuperar e implantar sistemas de dessalinização com os cuidados ambientais e de gestão”, afirma Renato Ferreira, coordenador do Programa Água Doce, do Ministério do Meio Ambiente.
Em outubro, o nível dos reservatórios e açudes, que já estava baixo, caiu mais de 20%.
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