terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cuidados com a cerveja, antes de beber

Como comprar e armazenar, o que deduzir dos prazos de validade e outros detalhes para melhor saborear a sua gelada


Variações de temperatura: se comprar a cerveja gelada, sirva imediatamente ou coloque-a na geladeira logo em seguida

Os vinhos são cercados de já conhecidos cuidados (adega climatizada, transporte adequado, disposição da bebida etc.), mas e a cerveja? Essa “prima” mais despojada também tem seus caprichos quando a ideia é bebê-la em sua melhor forma. Veja, a seguir, os principais deles.

Na hora de comprar

Vale prestar atenção nas condições de armazenamento do estabelecimento. As garrafas devem estar em local fresco e protegido do sol (longe da vitrine, por exemplo). “Uma cerveja que fica sob o sol se deteriora rapidamente”, explica o mestre-cervejeiro Reynaldo Fogagnolli, da microcervejaria Amazon Beer.

Só compensa comprar cerveja gelada se for consumir em seguida ou muito rapidamente colocá-la de volta no gelo. “A mudança de temperatura da bebida altera sua estabilidade [de sabor, aroma]”, diz o especialista.

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Ao guardar em casa

O mundo ideal é que você tenha espaço para guardar todas as garrafas ou latas direto na geladeira, desta forma fica garantido que a bebida não vai sofrer nenhuma alteração de temperatura (e, logo, de suas propriedades). Mas nem sempre há espaço. No caso, procure armazená-las em um armário, sótão ou despensa que seja mais fresquinho e que não ofereça oscilação de calor (onde não bata sol).

Segundo Reynaldo, a melhor forma de armazenar as garrafas, em qualquer ambiente, é em pé. “Quando as garrafas e latas estão deitadas a superfície de contato do líquido com o oxigênio é maior, dando margem a alterações nas propriedades da bebida."

De qualquer forma, vale saber que no caso das cervejas comuns industrializadas, as pilsens (o tipo mais consumido no Brasil) e as de trigo em geral não devem ser armazenadas, pois quanto mais “novas” elas forem consumidas, melhor. Já as do tipo bock tendem a melhorar com o tempo (há exemplares que chegaram a ser guardados por especialistas e consumidos, com sucesso, por cerca de 40 anos).

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Garrafa ou lata faz diferença na hora de guardar?

Como a entrada de luz na embalagem pode comprometer o produto, a cerveja em lata é mais protegida, ainda que as garrafas marrons sejam boas para proteger dos raios ultravioleta. As garrafas transparentes são as que apresentam mais vulnerabilidade.

Lotei a geladeira de cerveja para uma festa e sobrou. E agora?

Mantenha ali mesmo ou leve para uma outra geladeira ou frigobar. Cervejas que já foram geladas não podem voltar para a temperatura ambiente.

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Cerveja não dura pra sempre

Quase ninguém presta atenção nesse detalhe, mas as cervejas têm prazo de validade. As pasteurizadas duram até 18 meses, se bem armazenadas. As não-pasteurizadas (caso de muitas artesanais) são mais vulneráveis. Segundo Gilberto Tarantino, da importadora Tarantino, que distribui no Brasil várias gringas artesanais, as bebidas industrializadas têm validade mais elástica por causa da adição de conservantes químicos, enquanto as artesanais têm prazos que variam de acordo com o estilo e o critério de cada cervejaria”.

Alguns fabricantes têm o cuidado de sugerir no rótulo um tempo ainda menor de consumo, o que é chamado de “data de frescor”, um recurso utilizado principalmente por microcervejarias americanas. O termo se refere ao tempo ideal para consumir a bebida em sua melhor forma – a partir de então, ela continua válida, mas pode sofrer alterações. “É o prazo que o produtor considera o limite máximo para se degustar uma cerveja fresca, com todas as suas qualidades”, completa Gilberto.

Essa cerveja está com gosto estranho...

Algum problema pode ter ocorrido desde a fabricação até a chegada da garrafa em suas mãos. Pode ser culpa do mau armazenamento, mas também de outros fatores – como contaminação por ácido láctico na fabricação. O processo de pasteurização impede que várias possíveis contaminações ocorram, mas, por outro lado, tira parte de seu frescor.

Segundo Conrad Seidl, especialista em cervejas e autor do livro O Catecismo da Cerveja (editora Senac), “a pasteurização é uma espécie de envelhecimento artificial da cerveja (...) e se o envasamento não ocorrer sob vácuo absoluto, o aquecimento [da pasteurização] fará surgir um sabor forte de pasteurização, que lembra pão e cerveja velha e tem aroma amanteigado”.

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